Falando de novos começos, este já chega velho: tem quase meio ano.
Mas há outras novidades que se interpuseram neste caminho e que garantem um novo início, digno do nome. O mais recente é a vontade de não mais me afogar em palavras. Há muito que elas me despertam, enchem as madrugadas, mas não irrompem como deveriam, nem saem aos borbotões como esperado. Ficam represadas, inundando pensamentos que não são verbalizados, numa verborragia tóxica, sem razão de ser.
As que se aventuram uma tarefa solo, saem mixurucas, quase sempre inebriadas pelos vapores do ego, que pensa, analisa, descarta e as condena, naquilo que poderiam vir a ser .
Sempre precisei da disciplina de um fechamento de edição para que as palavras desordenadas encontrassem o seu lugar. As vezes deixava para a última hora, afogada em dúvidas que eram apuradas e reapuradas, até que elas, enfileiras e bem comportadas, iam todas aos seus postos, enchendo laudas, páginas e cadernos.
Depois, exaurida a tarefa, prostava-me incrédula, sem saber direito qual trem me atropelara. Agora, neste novo começo, tenho vontade de deixar que elas desabrochem, sem rumo certo, apenas pelo prazer de vê-las ordenadas fora da minha mente, para ver se fazem algum sentido. Seja bem vindo nesta viagem....
1 comentários:
Uau...Pelo visto você estava perto das 5 mil léguas submarinas...
Aguardo pelo próximo post...
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