Audiência Pública ratifica proposta do empresário Gilberto Sibin de criar uma Associação para revitalizar o Balneário nos moldes em que foi feito em São João, no Theatro
Se outros projetos havia, nenhum foi oficializado.
A proposta do empresáro é fazer com o Balneário o mesmo que foi feito com o Theatro Municipal, em São João da Boa Vista. O Theatro, a exemplo do Balneário, estava abandonado há anos e o Poder Público, sozinho, havia esgotado as suas possibilidades de fazer o restauro. A solução encontrada foi criar uma organização social sem fins lucrativos para gerir a obra. Estava criada a Fundação Oliveira Neto e, depois, a Amite – Associação dos Amigos do Teatro, ambas formadas por voluntários que foram à luta para conseguir verbas da iniciativa pública e privada. O resultado todos conhecem: a cidade ganhou de volta o seu Theatro, ainda mais bonito e imponente, do que a maioria das pessoas lembravam.
Gilberto Sibin, participou de todo o projeto que culminou com a reabertura do Theatro. Foi presidente da Amite e atualmente é o seu vice-presidente, cargo que ocupa pela terceira vez. Na Prata, para viabilizar o projeto – orçado preliminarmente em R$ 5, 8 milhões – , Gilberto vai constituir uma Associação que se chamará ABA – Associação de Amigos do Balneário.
Para viabilizar a utilização do Balneário e transformá-lo num negócio lucrativo, o Município de Águas da Prata deverá firmar convênio com a ABA, repassando à ela a administração e gestão do Balneário. Com este instrumento legal, que deverá estar previso em Lei, o Poder Público autorizará a Associação a buscar recursos para sua administração, reforma e revitalização.
O projeto prevê a utilização de todos os espaços disponíveis no Balneário, com uma divisão em quatro áreas operacionais: saúde, beleza, educação e cultura e comércio. O que norteará as atividades em cada área será a utilização da água e a saúde.
A ABA terá seis meses para captar os recursos necessários para iniciar a primeira etapa da obra, que contempla a elaboração do projeto físico-estrutural, um estudo sobre o calçamento e demanda de água, o dimensionamento de reservatório e redes de distribuição, sistema elétrico, sendo considerado, ainda, um projeto de reuso de águas pluviais, para ser utilizado sobretudo na limpeza e no paisagismo.
Em seguida, serão revitalizadas as áreas externas, fachadas e piscina, com execução estimada em oito meses. Na segunda etapa serão preparados os espaços destinados à área da Saúde e beleza. Para execução desta fase são estimados quinze meses. Com duração prevista de seis meses, na terceira etapa serão recuperados os espaços comerciais. E por fim, em mais 12 meses, serão restaurados e recuperados o anfiteatro, o paisagismo e os espaços destinados à área de Educação e Cultura. O empresário salientou que a partir da segunda etapa, a intenção é colocar em funcionamento tão logo fique pronto.
Gilberto Sibin estima que será possível, em três anos e quatro meses, ter o Balneário totalmente recuperado e funcionando. Ele aposta, sobretudo, na busca de verbas a fundo perdido, existentes nos Ministérios, Autarquias e Secretarias que muitas vezes são devolvidas ao erário público, por falta de projeto. Outro ponto de apoio, a exemplo do Theatro, são as doações de empresas e particulares, a maioria fruto de isenção fiscal. Também comporá a receita, o pagamento dos sócios e de empresas, que terão descontos progressivos nos cursos, atividades e serviços oferecidos pelo Balneário.
Após a apresentação, Gilberto foi calorosamente aplaudido. “Acho que foi Deus quem mandou ele”, comemorou o vereador Reinaldo que não escondia o seu entusiasmo. “Há muito tempo que a Prata precisava de um projeto assim” ,disse.
O vereador Moreira, também gostou do que viu. “Não esperava encontrar um projeto assim. Chegou na hora certa”, disse.
O prefeito Samuel Binatti mostrou-se satisfeito. “O que eu não quero é terminar o meu mandato com o Balneário fechado”, disse. O vice-prefeito Pedro Dezena reforçou que esta foi uma solução que só pôde ser encontrada por que o prefeito abriu espaço: “Foi graças à atitude desprendida do Prefeito Samuel, que abriu as portas para que a população opiniasse, que esta solução pode acontecer”.
João Otávio Bastos Junqueira, filho do ex-prefeito Clineu de Andrade, também foi da mesma opinião. Ele parabenizou o prefeito por ter possibilitado que aquilo acontecesse e vaticinou que ele tem “uma jóia nas mãos”. Ele leu, durante a audiência, uma carta do seu pai, relembrando quando o terreno para a construção do Balneário foi declarado de utilidade pública em sua gestão.
O ex-prefeito José Vilela Junqueira foi quem inaugurou o Balneário em 1975. Ele fez um desabafo contra a retirada das pedras que compunham o calçamento do lugar. Em seguida considerou que o prefeito era “privilegiado” por ter um grupo de pessoas querendo compartilhar o ônus da administração. “Isso é muito raro de acontecer”.
O ex vereador Manuelito salientou a importância de uma lei que autorize a execução do projeto e disse que havia gostado do que foi apresentado, mas lamentou não ter sido procurado para assinar o abaixo-assinado. Como ainda havia espaço em uma das folhas, Gilberto Sibin, apresentou o documento para que ele também pudesse ser um subscritor da proposta.
Para Claudio Capparelli, morador da Fonte Platina, o projeto trouxe uma nova esperança, para a cidade. “Foi a primeira vez que eu vi na Prata uma solução unânime. Foi muito bom”, disse.
A presidente da Ong Guará, Cristina Lerosa, comemorou a apresentação do projeto como uma solução exemplar para um problema que se arrasta há mais de 13 anos. “É o início de uma retomada séria e definitiva no desenvolvimento de Águas da Prata”, disse.
A professora Yara Cavini também é da mesma opinião. “Sinto como se esse momento estivesse sendo gestado há anos. Agora é fazer crescer com muito cuidado e trabalho. Não tem volta”, disse.
O presidente da Câmara, Angelo Roberto de Oliveira, marcou para o dia 28, às 17h30, uma reunião na Câmara Municipal para que o empresário apresente o projeto aos demais vereadores. Na mesma reunião será discutido um anteprojeto de lei autorizando o convênio entre a municipalidade e a Associação de Amigos do Balneário, nos moldes da Lei celebrada em São João da Boa Vista, entre a Prefeitura e a Amite.
3 comentários:
Agora, Bell, vamos torcer para que, enfim, a letargia de administraçoes passadas fique enterrada aonde sempre mereceu ficar, e que as Aguas da Prata lavem a alma da população, ajudem a fluir ideias positivas na consciencia do Executivo e Legislativo pratenses, mas, especialmente, promova mais valor na moldura do projeto apresentado pelo Gilberto Sibin.
O que se viu nessa audiência pública vai muito além da simples reforma do Balneário. Como já disse, ficou a sensação de que isso vinha sendo gestado há tempos e como num passe de mágica,de repente, todos falavam a língua dos anjos - só os privilegiados conseguiram entender o alcance, a importância de se unir a sociedade civil e o poder público executivo e legislativo numa ação que mudará para sempre a vida de Águas da Prata. E o melhor de tudo: esses privilegiados eram muitos, a esmagadora maioria. E quando esse milagre acontece, outros milagres virão e louvaremos a Deus por isso.
Concordo Tuca e Yara. Acho que a retomada do Balneário irá capitanear um novo tempo na cidade.
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